quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sua vida, seu tempo

Sempre nos dizem assim: Vocês são jovens, tem muito tempo ainda pra viver!
Mas o "tempo" é sempre o mesmo. Ele "É" e "Está" para todos contado em anos, dias, horas e minutos.
Os "tempos", são feitos desses dias, horas e minutos, logo, se não achar graça no presente, o futuro pouco importa.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pressa

E... por causa da pressa esquecemos da prece.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ora, ora

Das pessoas que não conheço
tiras de couro, oro. Decoro.

Das poesias que não mereço
tiro palavras d'ouro, ora. Outrora.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Entendimento

"... a tristeza é edificante, o sofrimento não". Portanto, abandono o sofrimento apenas para ser triste.

domingo, 13 de novembro de 2011

Com

Com tempo meu
Me completo
Me contemplo

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jarro

Um jarro é mais leve quando não se tem nada dentro,
é por isso que eu o manterei vazio...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Primeiro Refrão

Si bemol e Lá
Sol em sétima maior
Dó a sétima com Fá
Fá e Si bemol, lá
(Refrão da música "Lisbela" - Los Hermanos)

Ré maior a sétima
Lá com Si Bemol
Troco aqui por lá
E toco lá com Sol

Tanto aqui e lá
Fá, Dó, Ré, Sol, Mi
Mudo pra tom maior
Troco "Si" por "Ti"

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Signicando

Signo da ponderação
Libra, a balança
em um prato, o agora
no outro, a lembrança

Espírito positivo
Touro, o mantenedor
Pés no chão, perseverança
Sua busca é segurança

Representa a beleza
Leão, o orgulhoso
De coração nobre, valente
bravura e coragem latente

Perspicaz e ambicioso
Capricórnio, o resposável
Mente séria e focada
Vivem uma vida regrada

Sempre a primeira
Áries, o criativo
Determinação, força e rigor
Buscam sempre o amor

(à família)

sábado, 24 de setembro de 2011

Cordel

Teu calor já tenho em mim
Tenho como se fosse um nó
Sinto juntas duas almas
Desatadas de uma só

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Escolhas


(Ilustração feita por mim)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Oito

Gosto do número 8. Veja bem: seu traço começa com a volta por cima, percebe que não vai conseguir subir e desce cruzando o ponto inicial. Continua. Faz uma volta por baixo e ascende. Por fim termina em si mesmo formando o infinito.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sentidos

Quando há um sopro de vento por aí... nada melhor do que sair sem rumo e perder-se no tempo... andar ou correr... não importa, eu quero sentir o contato dos pés no chão... nos grãos de areia... a cada pisada... eu deixo minha marca, meu rastro, minhas pegadas... eu sinto o vento em contato com o meu corpo... ele refresca as minhas maõs... parece que posso pegá-lo por alguns instantes... ele toca a palma das minhas mãos... os meus cílios... eu posso ouvir seu som... e como é agradável... ele também acaricia o meu rosto... até a ponta do nariz... eu pego fôlego e sinto o frescor do vento nos meus lábios, na minha boca... o frio é intenso... faz gelar os meus pensamentos... tudo o que me preocupava antes... é congelado no espaço... não há tempo para o passado... estou no presente... andando em passos largos para o futuro... indo de encontro ou desencontro ao vento... não importa... os cinco sentidos... faz sentido?

(Texto escrito por Nany Kimizuka)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mudança de estado

Observo de longe, pois meu lugar o é.

Aqui chove. Aqui faz frio. Os pés gelam. Lá eu não sei. Todo final de tarde faz sol. O calor raxa.

Aqui o tempo está cinza. Lá não há nuvens.

Aqui eu tenho lembranças. Lá eu tenho passagem.

Lá eu durmo. Aqui eu acordo.

Breve e extenso.

Aqui e lá, poderíamos muito, em muitos universos que existem em só dois lugares: os nossos. E nos renderíamos à poesia se parte de nós não fosse prosa: a minha.

Aqui o que não há de nuvens, há de raios quentes, o que não há de pés gelados e pisos brancos, há de pés que pisam na ardósia verde escuro. O que não tem de cinza, tem de vermelho. O que não tem de gatos, tem de pessoas.

Do que não se sabe de cá, quando se está lá, se sente na parte de nós que não se determina no tempo e no espaço e que não importa de qual aqui e de qual lá estamos falando.

De tudo que eu mais quero lá, eu tenho em qualquer lugar, mas em um só estado: o estado nós dois.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Consertar

Tudo seria mais fácil se controlássemos o tempo. bastava viajar por ele e resgatar lembranças. delizar por estradas não percorridas. errar e consertar. poderíamos nos descobrir várias vezes. salvar histórias. pecar pelo excesso. negar os fatos. amar. reamar. não partir corações partidos. poderíamos ter quem quiséssemos sempre ao nosso lado. não precisáriamos de quilômetros. pra quê distância? viveríamos em detalhes cada bom momento.

Mas, pensando bem, se tudo fosse fácil assim não precisaríamos de tempo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fôlego

Corri na direção oposta. corri tanto. procurando por um caminho diferente, passível de descoberta. e quando já estava longe percebi algo importante: minha trilha é um círculo. portanto. desde que parti estou indo. desde que parti estou voltando.

Cansado. as pernas doem. o corpo pede arrego. o fôlego resiste, mas estou chegando.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Observador

Observador
Observo a dor
Absorvo a dor
Absolvo a dor

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Envolto

A minha frente. a avó cuida carinhosamente dos netos. limpa a boca de uma das duas crianças com um lenço.
A minha esquerda. uma jovem garota lê uma carta de amor. "Kathelyn eu te amo"
A minha direita. um casal de adolescentes se beija loucamente.
Atrás de mim. uma mulher fala alto com seu marido ao celular.

A minha frente. uma das crianças abre um enorme sorriso.
A minha esquerda. a garota guarda em sua bolsa a carta que estava lendo e pega outra. "Kathelyn eu não vivo sem você".
A minha direita. o casal se abraça calorosamente.
Atrás de mim. a mulher desliga o celular e se levanta da poltrona.

A minha frente. a avó desce com seus netos.
A minha esquerda. a jovem garota lê uma das cartas e dá um sorriso bobo.
A minha direita. os adolescentes descem.
Atrás de mim. a poltrona está vaga.

Enquanto tudo acontece. eu espero em silêncio.

sábado, 13 de agosto de 2011

Temperamento

No meu mundo passa-se da garoa
a (há) tempestade
minha natureza é sábia
não chove enquanto o céu estiver limpo.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Origa-me

Dobrei,
dobrei,
me dobrei,
desdobrei.

no fim de todo desdobramento só me resta o amassado.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Diálogo com um gato

- Hey! desce dessa mesa! - dei um tapinha em suas costas para que ele descesse.
- Por que?
- Porque gatos não podem ficar em cima da mesa, é sujo.
- Não importa.
- O que?
- Não importa. sempre que você não está por perto eu subo. ando pela mesa. como. e desço.
- Mas quando não estou vendo é indiferente. eu não me importo com o que você faz. embora eu saiba.

Quando virei as costas ele subiu de novo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Liguei o chuveiro, esperei até que a água se esquentasse, entrei.
sem medo.
não ascendi a luz porque me sinto mais confortável no escuro.
hoje foi diferente.
a água que escorria pelo corpo não era a mesma.
e o ambiente ermo, monocromático.
apenas abraçado por gotas.
tentei não sentir frio mas a ausência de luz dominava.
o frio sucedia.

Pensei. sintetizei: cabe a mim e somente a mim ligar a luz. saí, ascendi e voltei.